domingo, 20 de novembro de 2011

Pedido pela escola, aos meus treze anos comecei e o terminei. Ao comprar fiquei desanimada, pois era muito grande. No entanto eu não tinha escolha. Lia sempre a produção no jardim, pois é um lugar grande, assim podia me imaginar no trapiche junto aos Capitães da Areia de Jorge Amado.

Gostei do livro, pois é um poema em prosa, temperado com ação, aventura, comédia e drama.

O livro conta a história de cerca de quarenta meninos, que habitavam as reúnas de um velho trapiche no cais do porto e que para conseguirem sua sobrevivência realizavam assaltos pela cidade de Salvador.

A história é conduzida em função dos destinos individuais de cada integrante do bando. Assim, Jorge Amado ilustra a marginalização definitiva de uns, por exemplo, Sem-Pernas e Volta Seca, e a desalienação de outros, como Professor, Pirulito e Pedro Bala. Este, tomando consciência das injustiças sócias, ao final do romance, torna-se líder (tal como o pai), lutando ao lado dos trabalhadores grevistas.

A obra vem procedida por uma sequência de reportagens onde é apresentado aos leitores segundo a visão da sociedade, da polícia e da imprensa, como um grupo de menores abandonados que eram marginalizados, aterrorizavam com seus roubos em Salvador.

Os personagens fazem totalmente o enredo. Morando em um galpão abandonado beira mar, o Padre sempre dando conselhos sábios, principalmente para Pedro Bala, o líder. Todos os garotos tem de nove à dezesseis anos.

Escrito em 1937, se tornou um dos romances mais admirados. Se destacou na editora Companhia das Letras quando foi relançado.

Aguardem ansiosamente comigo pelo filme Capitães da Areia.


Julie Oliveira


Fontes dos textos de apoio: